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'os produtos expostos são para consumo no estabelecimento'

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Ultimamente não tenho andado a saltitar de blog em blog como costumava fazer aqui há uns tempos, por lapso e distracção, ou mesmo por falta de paciência para certos conteúdos que não me interessam e me fazem ficar um bocado intrigada por haver tantos aplausos a coisa nenhuma.

Começo a ver demasiados textos cujas vírgulas são estupidamente substituídas por reticências (desconheço e não compreendo o motivo), a transbordarem de clichés e frases copiadas do icanread, ou de um diário de uma adolescente de doze anos, que em cada frase conseguem criar metáforas e comparações, com expressões como: 'as flores sorriram para mim...' e até com erros ortográficos para ajudar ao baile.

Todos temos os nossos sentimentos e faz bem partilhá-los, desabafarmos e tudo mais mas, se nossos serão, convém, no mínimo, sabermos exprimi-los à nossa maneira, sem andarmos às voltas a tentar fazer poesia prosaica para fingirmos que somos umas grandes divas do romance moderno e soarmos a Margarida Rebelo Pinto. Até porque nisto há que ter bom senso e saber incluir uma parte de nós no que fazemos, porque ser piroso é diferente de estar/ser sensível/sentimental. Na verdade, bem espremidos a maior parte dos textos não diz absolutamente nada, a não ser uma ideia muito floreada de uma situação hipotética, sem existir ponta de nexo e nada 'real próprio'.

Gosto de ler coisas de pessoas que sendo 'anónimas' (todos nós aqui o somos, uns mais do que outros) têm personalidade no que escrevem e que põem o seu cunho pessoal no que partilham (com textos brilhantes, parvos, lamechas, ridículos, circunstanciais, apaixonados, intrigantes; vale tudo!), sem terem que se agarrar a pensamentos bonitos para soar melhor; que quando escrevem tanto lhes importe ter zero, um, cem ou trezentos comentários ao post: que o façam somente porque lhes apetece e não porque estão a pensar que há quem vá aplaudir o que fizeram.

Sei que tenho pessoas que vêm cá de vez em quando (pelos comentários ou pelo contador - que se não estivesse ali, eu nem acreditava), uns quantos curiosos ocasionais,  outros que só vêm cá para dizer mal de alguma coisa, ou ver se falo sobre sexo e dicas para apimentar relações, como ser uma cabra do pior, ou sobre o verniz que me estalou no dedo mindinho do pé (e que tristes abalam ao seu terceiro segundo aqui: desculpem, sim?), ou quem se tenha enganado, ou  mesmo quem nem goste de nada disto e abale da mesma forma que entrou.
Não me julgo superior, nem serei superior a outros autores de blogs, ou mesmo a quem quer que seja, somente aqui quem gosta: lê, quem não gosta tem muitos outros blogs por onde escolher: juro que não me incomoda.   
Porque escrevo e partilho o que me apetece, quando me apetece e como me apetece. Dou erros como toda a gente, debito parvoíces a qualquer hora mas, ao menos faço-o porque me apetece, e não porque tenho uma imagem a desenvolver ou a defender perante quem cá vem - de me serviria tal coisa?
(ah, e no caso de algum dia isto vos soar a um pardieiro sem sentido, avisem-me... porque vos agradeço).

"better write to yourself and have no public
than write to the public and have no self."
Cyril Connolly

'falta de peso'/como sabotar a sua própria crónica

Quando nos cruzamos com um discurso da MRP como este (As gordinhas e as outras), ou mesmo este (O esplendor da carne) não dá para revirar os olhos sozinha e continuar a vida como se nada fosse: há que partilhar  As gordinhas e as outras


Three O’clock Rock - Jeanne Lorioz

Olhe Margarida, uma coisa é opinar, outra é desbobinar pensamentos carregadinhos de um ódio de estimação, provavelmente derivado de um qualquer episódio com um betinho com berloques que no liceu escolheu uma gordinha ao invés de si.
É triste saber que nos grupos de amigos que conhece exista gente com comportamentos estranhos - porém, não me espanta - no entanto, que a figura que faça sempre as figuras tristes e exibicionistas ser 'uma gordinha', poupe-me! - até o Sócrates de repente ficou mais credível.

Fica-lhe mal o preconceito nas suas palavras até porque, veja lá, tendo-a como termo comparativo de constituição física, a probabilidade de alguém ser gordinho ao pé de si é de cerca de 98%. 
A Margarida conseguiu fazer pior figura a dizer essas coisas, do que qualquer criatura bêbeda e ganzada a mijar de pernas abertas no meio da rua.
E lamento informá-la de que há quem diga palavrões e tenha comportamentos excêntricos sendo sempre uma senhora e, por outro lado, há quem se arme em grande lady e nem de palavrões precise para demonstrar falta de nível e de respeito.
''And that's how the cookie crumbles.''

be still and quiet

As pessoas que dão conselhos supostamente sábios (baseados em coisa alguma) e que nem da própria vida sabem tomar conta, é como escarrarem ruidosamente para a calçada: incomoda, é escusado, indelicado e principalmente...mete-me nojo.
Be still and quiet.

i can't get no satisfaction ('cause i try and i try...)

 Continuem à procura na rua, nos cafés, em lojas, no médico, na pastelaria, na discoteca da moda, no mercado, no meio do mar, no sapateiro, na igreja, no museu,  numa prova de vinhos, na apanha do burrié, na festa de anos de não sei quem, no telhado do prédio da frente, no ovo do coelho da páscoa, na costureira, no andaime, na mercearia da esquina, debaixo da cama, etc.

Dizia-me um amigo em conversa de 'terapia emocional' outro dia:
"(...) Custa-me um bocado estar sozinho mas sei que é melhor para mim; um tempo sozinho para organizar as ideias e fazer coisas de que gosto  e, cá vou continuando  a tentar descobrir como ser o namorado perfeito..."
- Namorado perfeito?! Primeiro, isso é um mito. Segundo, não é isso que as mulheres andam propriamente à procura (aliás, a maioria nem sabe muito bem o que quer., quanto mais se é perfeito ou imperfeito...). É sempre relativo; o que é ser 'perfeito'? Ninguém é perfeito! Às vezes gostar de alguém tem isso mesmo, saber gostar a ponto de se aceitarem os defeitos e as falhas. Fazem parte do 'pack', não vale a pena negar e, em muitos casos, nunca chegarão a mudar... daí sermos todos diferentes uns dos outros (thank god!); se calhar se fossemos perfeitos e cumpríssemos os ideais e sonhos mais profundos de alguém, éramos uma seca... enjoativos passado uns tempos.
"Tens sempre umas ideias..."

Eu não sei que ideias puseram na cabecinha desta criatura mas, creio que há para aí muita gente a pensar assim. Tiram-me anos de vida! 

// Preciso de férias, tenho 'tilt' escrito na testa!

'ai, que prendi o meu salto alto no meu neurónio!'

Como é incrível a quantidade de miúdas/senhoras/seres que tentam equilibrar-se em cima de umas sandálias de plataforma ou de salto alto de 10cm no meio da calçada.

Antes de fazerem uma entorse proporcional ao tamanho do salto já parece que a fizeram, com um andar entro o 'sou um cágado' e o 'sou tão boa a andar em cima disto que nem preciso de olhar pro chão...ó....ó...óóóóó!'.

Se eu fosse mãe de uma miúda de 12 anos, muito havia eu de me pegar com ela. Não é que haja uma idade para começar a usar saltos - era demasiada parvoíce para um post só; agora, miúdas que parecem aranhiços, que se torcem e contorcem no meio da rua e que devem sofrer horrores em cima de chanatos de salto agulha, por quererem parecer mais altas, mais velhas, com mais estilo; por favor! Não é assim, definitivamente, não é!
Parem lá com isso. Vão ter muito tempo para ficar com os pézinhos envoltos em dor profunda depois de um dia inteiro em cima de uns saltos. Vão chegar a um estado em que os pés adquirem uma consciência própria e ficam dormentes de tanto vos doerem e vocês vão aguentar - sem chorar, como só uma 'lady' sabe disfarçar.

Eu não gosto de figuras demasiado tristes. Não gosto mesmo; pior do que me fazerem rir, é fazerem-me ter pena!
Mas se caírem, garanto que vos dou, no mínimo, um sorrisinho de brinde. 
'I've told ya...'

Guardar-te aqui

(ou 'como me fazerem chorar em menos de 7 minutos')
 
Tenho medo em que chegue um dia em que não me reconheça,. Talvez por isso, ou por qualquer estado compulsivo que ignoro, guarde os objectos, as fotografias e as lembranças mais ridículas de tudo e mais alguma coisa. Aliás, eu tenho uma lata onde guardei os papelinhos que trocava com os meus amigos nas aulas da secundária. (Aqueles 'estás chateada comigo? [  ] sim [  ] não / Porquê?/... ').

Ao longo dos anos guardei fotografias disparatadas, guardei lápis com cinco centímetros, guardo fitas e laços de roupa e prendas, guardei os meus desenhos da pré-primária, guardo roupa e carteiras que nunca mais usarei, guardo frascos de perfume com uma gota dentro, guardei cartas -de quando escrevia cartas aos amigos distantes e aos colegas de turma que via todos os dias, guardei aquela caneca sem pega, guardei moedas de escudos, guardei os poemas, diários e desabafos absurdos que escrevi na adolescência, guardei o meu primeiro telemóvel, guardei os meus apontamentos da universidade todos manchados e quase imperceptíveis por causa da inundação que houve na cave, guardo os talões do multibanco onde rabisquei umas quantas palavras para uma crónica, guardo recortes de jornais e revistas de coisas que gosto de ler; guardo tudo em caixas, cadernos, capas de arquivo, sacos de plástico, latas... Sabe-me bem sentar-me no chão do quarto e redescobrir todas estas coisas com um intervalo de anos.

Sempre precisei muito de me apegar às coisas, de ter o meu espaço feito à minha medida, com a minha desarrumação própria, o meu toque, o meu cheiro... 
Guardo as recordações e os laços que crio com as pessoas praticamente da mesma maneira. No entanto, cada vez tenho mais a certeza de que a maior parte não faz nada disso e que, com a busca pela novidade, pela emoção e pelo incerto, esquecem-se do que está para trás, do que abdicam sem notarem; do café que nunca é marcado, do telefonema que nunca é feito, das palavras que nunca são ditas e, curiosamente, surgem passados anos, se for preciso, a atirarem-nos à cara que fomos nós a desaparecer. "Nunca mais disseste nada, eu estive sempre aqui".

Não é assim; as relações - mesmo as más - não tiram férias. Tal como as saudades que temos de alguém não surgem somente passados anos sem ver essa pessoa. 
Prefiro ouvir que, com as voltas que a vida dá não foram conseguindo arranjar maneira de se encontrarem comigo, que mudaram de cidade, que conheceram gente nova, que perderam os meus contactos, que mudaram de grupo de amigos, que mudaram de hobbies - a sério, prefiro a sinceridade do que "Nunca mais disseste nada", porque não posso ter sido só eu. Uma relação nunca é feita a solo.

Vai daí que surge o mote que deu origem a escrever hoje este post.: Às vezes pergunto-me por que há pessoas que me conheceram e que fizeram parte da minha vida, de uma forma fugaz ou mesmo numa grande amizade, no passado e que agora fingem que não me conhecem quando passam por mim na rua?

E eu, estupidamente, fico triste por pensar que nas caixas, nos cadernos, nas fotografias, nas latas e principalmente nas recordações que guardo. Não tenho lugar. Sou piegas, meia parva, sei lá...mas não percebo.
Se calhar, será mesmo para constatar que estou melhor sem elas, que estou melhor com os amigos que não falham, com os que se preocupam comigo e com aqueles que, mesmo enviando-me só uma mensagem no Natal e no meu aniversário, ao menos fazem-no de boa vontade, ou porque no telemóvel tocou o alarme de aviso mas não me dizem "Nunca mais disseste nada". 
É que, às vezes não é mesmo preciso dizer nada mas, fingir que nunca aconteceu... o que se chama a isso?

Do you understand LOST?

"Do you understand LOST?  
[  ] NO -------------------------- > Keep watching!
[  ] YES (NO YOU DON'T!)---- > Keep watching!'
Após seis anos, chegou ao fim a série Lost. 
Idolatrada por milhões, odiada por outros milhões e incompreendida por todos esses milhões, após 121 episódios de busca por um sentido qualquer que não parecesse foleiro, aconteceu o fim desta série televisiva de ficção. 
Peço, desde já, desculpa aos fiéis seguidores por alguma opinião aqui possa expressar, considerada ofensiva em relação ao vosso culto à série mas, confesso que a minha relação com o Lost passou por assistir a cerca de 20 episódios, chegando estes para me perder realmente mas, vendo agora bem a hipotética ideia de andar perdida na história durante 6 anos, acho que não seria um bom contributo para a minha paciência e sanidade mental que, se me conhecessem, já achariam suficientemente dúbia. 
Por sua vez, confesso que tentei, por diversas vezes, concentrar-me e assistir a vários episódios, de pipoca no regaço, manta e espírito aberto e esperei que se fizesse luz, que alguma coisa ligasse o fio condutor que existia na minha cabeça... Sem sucesso; o meu índice de atenção, o meu franzir de testa, os meus olhinhos fixos e focados na tv, só contribuíram para criar um vinco profundo nas minhas pequenas rugas da testa, um aumento do meu grau de hipermetropia e miopia e várias enxaquecas.
No entanto, movida por uma curiosidade estranha e, novamente incompreendida, cliquei num link  [Spoiler Alert]que me revelava o final da série, o qual li por inteiro de enfiada, à procura das respostas às perguntas que os mega-fãs da série tinham como dúvidas existenciais para o seu percurso nesta vida... 
Qual não é o meu espanto quando aquilo me pareceu um final pior do que aqueles filmes da Tvi num domingo à tarde. 
Muito sinceramente os finais de séries e filmes às vezes são o que tornam a série/filme - que até pode ser uma porcaria - numa coisa minimamente interessante; são os finais que, em alguns casos, dão sentido a tudo o resto. Da mesma forma, há séries e filmes que não necessitam de final, de nada concreto, o 'deixar em aberto' é algo que nos pode desapontar mas, ao mesmo tempo deixa-nos a imaginar o que poderia ter acontecido, ou o mais provável de acontecer... sem limitações, sem um ponto final definido - confesso que me incomoda mas mesmo assim, é preferível a um final estúpido (que dará início a um segundo filme, nunca melhor do que o primeiro).
No caso do Lost, acho que foi uma asneira o que aconteceu... Pela expectativa em massa que foi criada, o final foi, para muitos, uma desilusão brutal; ainda para mais coincidente com o facto de os fãs se verem privados de uma relação de seis anos com algo a que estavam habituados, de uma forma tão...ridícula. Digo isto porque, dos fiéis seguidores da série, não conheço alguém que me tenha dito que não gostaria de ver respondidas as questões fulcrais que preencheram os 121 episódios, aliás, que sustentavam os mesmos...
O que me fez pensar, 'acho que, afinal não perdi nada', desculpem aí qualquer coisinha.

So (very very very) pleased to meet you

A palermice em que está envolto o momento em que conhecemos alguém por quem nutrimos uma grande admiração, é extensa e proporcionalmente ridícula à emoção sentida.
A voz treme-nos e falha e, qual língua nativa ou estrangeira que dominamos, sai tudo num dialecto que roça o sotaque do Schwarzenegger cruzado com o do Rei do Gado. 
Uma tormenta, um susto de atrapalho. É assim que consigo resumir um desses meus momentos.

'Olá, boa tarde...', digo eu num meio sussurro e um sorriso tímido.
'Boa tarde...', e ele devolve-me o sorriso.

Estendo o livro - 'o' não, 'os livros' - sim, como fã trouxe os que tinha lá em casa e até deveriam ser mais! - e ele assina enquanto os meus pés, sem se mexerem dão saltinhos e a minha garganta dá gritos histéricos - em modo silencioso.

Abraço-me aos livros autografados e devolvo-os ao saco de papel preto a desfazer-se por completo graças à chuva torrencial que apanhei desde o metro à Biblioteca Municipal de Matosinhos. Acrescento, só para contribuir para o cenário de catástrofe, que estou com o cabelo a pingar água e a calças estão completamente encharcadas entre a ganga normal e a ganga escura.

- Muito obrigada, gostei muito do livro, li-o hoje na viagem de comboio...
(Tás louca? Diz lá que leste à pressa porque estavas curiosa! Assim até parece que saltaste capítulos e que não leste nada!)
Adoro a sua escrita, os seus livros, o blog, as suas crónicas...até no facebook  gosto das coisas que partilha...É tudo muito...
(uma branca agora, não sei o que dizer! ..pânico, pânico, adjectivo, adjectivo, giro? espectacular? criativo? lindo? fixe? Fogo, ele está a olhar para mim fixamente, e agora? adjectivo!! bacana? Estás maluca, ainda vai pensar que te estás a meter com ele! Focus, focus,  focus!...adjectivo, adjectivo!!)
 ...muito interessante!'
(O quê?! Não! A sério que te saiu isso? ...e, com tanto suspense, até fiquei com os olhos a brilhar e a parecer uma stalker. Como dizer isto sem parecer doente, ou desorganizada das ideias? Morri de vergonha, quero um saco para me esconder).
-Muito obrigado, ainda bem que gostou...', disse ele com outro sorriso mais simpático ainda do que o primeiro. Adorável; nem revirou os olhos por ter uma tolinha à frente dele que parecia estar a aprender a falar...

Aceno-lhe e sorrio-lhe e vou-me chegando para a outra ponta da sala, onde pego no telemóvel, envio mms à Deia para lhe mostrar o registo do evento - e, claro, ela dá o grito de euforia de resposta.

Aqui vos confesso, num misto de emoção que ainda perdura: eu conheci o Edson Athayde!
Conheci o que eu chamo de 'meu guru' (em brincadeira, 'tá?) sob uma capa de admiração e nervosismo que pode ter sido confundida com histerismo, ou distúrbio mental precoce. E com certeza, foi ...é que não dei hipótese!

Mas já que agora estamos aqui numa mesa de café calminha e sossegada eu vou-lhe dizer o que não me saiu.

Sabe Edson, se eu tivesse tido coragem de ser 'eu' e não um 'eu-emocionado', ter-lhe-ia dito  que:
- as suas palavras dão sentido a muita coisa do que nos rodeia e poucos sabem parar para admirar o que diz e o que escreve - e tenho pena; 
- comunicação, marketing e publicidade são áreas feitas de génios loucos e de gente cheia de sonhos de criar impossíveis; capazes de tocar um coração sem serem cirurgiões, de saberem o que as pessoas querem sem serem videntes, de saberem ler nas entrelinhas e verem o que parece invisível; nem todos têm o dom mas o Edson tem-no; 
- a sua forma de explicar como sonhar sonhos fantásticos é necessário, pois, tal como numa crónica sua diz 'segundo Freud, nós somos o que sonhamos. por isso seremos tanto maiores quanto for o que projectamos. se sonhar pequeno, será insignificante. se nada sonhar, nada será.', de certo modo se eu tinha o sonho de o conhecer, ainda bem que o tive;
- o seu dom para roubar sorrisos devia ter acções na bolsa;
- é importante tirarmos fotografias eternas mas tentarmos ao mesmo tempo deixar uma pegada neste mundo, feita do que somos e do tamanho que conseguirmos (mesmo eu calçando um mísero 37).

Edson, é um prazer 'reler circunstâncias da vida' com a simplicidade própria de quem sabe dar valor às pequenas coisas da vida, que nem coisas são.
Obrigada.

E seria uma pessoa muito mais de 'bem' comigo própria, aparentemente muito mais sã, se lhe tivesse dito isto, em vez do momentinho tolo que lhe ofereci.
(Ele deve saber, assim o espero. Se não souber, espero que um dia venha cá ter ao blog - por milagre - e descubra).



Já agora, ficam a saber que 'O Rapaz das Fotografias Eternas' é o primeiro romance de Edson Athayde e é um livro de que gostei muito (e recomendo); procurem-no numa livraria perto de vocês. 

O meu título académico mordeu-me?

Outro dia, em conversa com a minha prima, que está num curso de Hotelaria e Turismo (e que boa aluna é - /me so proud), surgiu o seguinte episódio:
 "- Ele perguntou-me "Então mas que saídas tem esse curso?". E eu respondi-lhe que dava para várias áreas de hotelaria e turismo e então ele perguntou-me que área é que eu ia escolher. Eu respondi que estava gostava mais da área de manutenção de quartos, acho piada, sempre gostei de arrumar coisas e deixar tudo direitinho...e o ambiente é agradável, ganha-se bem e... em princípio é o que vou tentar seguir. Havias de o ver " O quê?! Andas a tirar um curso para arrumar quartos de hotel, isso tem algum jeito?"."
Há pessoas que devem "achar-se" (achar-se é o termo). Há por aí muita gente que deve pensar que devíamos nascer todos para ser médicos, doutores, engenheiros, arquitectos e advogados, ou gerentes de empresas e que, tudo o resto são empregos da treta. 
Ora, a essas pessoas eu só tenho uma coisinha a dizer: "tacanhez dá-me pena e comichão, porque além de ser escusada, é incomoda".

Já lá vai o tempo em que se poderia supor que ter um curso superior, ou um cargo superior numa empresa derivava da sabedoria ou da inteligência superior à média.
Enganem-se meus caros; conheço pessoas que após um percurso académico digno de aplausos, conseguem ser tão ocas e tão sem falta de mérito pessoal (e algumas tão burras), que me revolve o espírito pensar na falta de coerência e até de justiça neste mundo.
Num país onde a cunha, a aparência, a instituição de ensino e os números falam mais alto que do que a vontade de aprender/trabalhar, do empreendorismo, da visão e da própria pessoa, nada mais ridículo do que ainda haver pensamentos retrógrados de quem acha que a paixão por uma profissão não tem, só por si, mérito. Há um ditado popular que é "Ama o que fazes e não trabalharás um único dia da tua vida" - é um bocado bíblico e cliché mas faz todo o sentido.
Sim, porque pensem lá, se toda a gente fosse armada ao pinchavelho, os donos de restaurantes e staff seriam formados em engenharia alimentar, relações públicas, gestão e logística, hotelaria, com workshops de contabilidade e higiene e segurança alimentar? O canalizador seria formado em engenharia mecânica,  teria noções de engenharia ambiental? Seria mais proveitoso? Teria mais significado e o seu trabalho seria mais bem elaborado devido à sua formação superior? Creio que não...
Uma coisa é a formação e a aprendizagem que fazemos e a experiência que desenvolvemos a partir daí, outra é a distinção de mérito que nos atribuem por o que fazemos e nem todos (salvo alminhas iluminadas) conseguimos o 'dream job' por que almejamos, no entanto, não será o meu percurso académico ou as notas que tirei que vão dizer 'contrate-me, sou muito melhor do que aquela  pessoa que nem o secundário acabou' ... quem disse? (Diz toda a gente, porque é assim que funciona...! Ora bolas...) 
Não digo que um determinado trabalho não obedeça a requisitos mínimos, tal como eu não posso operar ninguém, nenhum médico será recrutado para elaborar planeamento estratégico de marketing para uma empresa, no entanto não acho que um currículo, um título académico, a profissão que escolhemos nos deva limitar e muito menos deveríamos ser hierarquizados ou julgados pela sociedade desta forma - e nunca num clima económico e de (des)empregabilidade como o actual, muito menos! - segundo fontes próximas, há muitos psicólogos a trabalhar em telemarketing, da próxima vez que ligarem para resolver o problema da internet até podem pedir aconselhamento.. estou a brincar, apesar de não ter piada nenhuma :)

Acredito, ingenuamente, que o saber verdadeiro de uma pessoa é aquele que ultrapassa os livros e o seu percurso académico, é o dom que temos para alguma coisa em especial e o que somos e isso não tem espaço, nem medida, nem cabe em nenhum curriculum...

ps. E prima, força aí nisso, se é o que queres, tens todo o meu apoio! Ah, e se me conseguires ensinar a transformar o caos do meu quarto em algo de jeito, era fixe.. é que o técnico da Cabovisão ontem teve que lá entrar -não era suposto!- e, quando deixou cair  uma caneta, ia levanto uma pantufa minha com ele...e viu os meus soutiens, meias, pijamas e...não há palavras para exprimir a minha vergonha!

Quem vem na 'Visão'?

sms
- E quem é que vem esta semana na Visão? Também nunca mais adivinhas mas lança 3 nomes...
- Hummm...Aquela porca, ou  Zé da Tripa, ou o Bocas 
- Adivinhaste! Como é que conseguiste? Disse que nunca mais acertavas e afinal... Joga no Euromilhões! É o Zé da Tripa!

Sabem quem é o Zé da Tripa
Sabem o que é uma Tripa (de Aveiro) 
As duas respostas estão intimamente ligadas! São, simplesmente, as melhores tripas aveirenses. E o negócio vai de vento em popa, o franchising é tão famoso que figura na Visão ao falaram em 'especialidades'.

humm ... #1

"Igreja quer feriado ou tolerância de ponto durante a visita do Papa 
A Igreja Católica quer que o Governo decrete tolerância de ponto, ou feriado, durante a visita de Bento XVI a Fátima, marcada para Maio. O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Dom Manuel Morujão afirma que deste modo os católicos podiam estar presentes na recepção ao Papa, que vem a Portugal em dias de semana." @ RTP

Estou a tentar arranjar uma ponta de nexo nesta notícia.

..esperem mais um bocadinho...

hummm...pois... hummm... Ok, desisto.

Quem é esta gente para falar de 'tolerância' do que quer que seja?


Eu acho que se Deus visse isto, passava-se.

O 'Fenómeno Bono'

Reparem que se sabe que uma catástrofe atingiu proporções gigantes quando aparece o Bono dos U2 na TV num concerto ou a lançar um single. - é uma teoria minha e do DelGiorgio e tem uma percentagem elevada de estar certa.
Já estou como o Juvenal, o anormal (dono d' o melhor blog do universo - não recomendado a sissies) "Tenho tanta fome que o Bono deve estar a organizar um concerto para me fazer o almoço.".

Há um "aplauso pesado e pausado" que dou quando há eventos como jogos de futebol 'solidários'. Ganham todos mais num mês do que eu alguma vez conseguirei num ano inteiro, no entanto, porque são pessoas boazinhas e cheias de preocupação, intenção, reconhecimento "vamos vender um bocadinho a nossa imagem e organizar uns eventos solidários para o povo ir aplaudir e ficamos todos contentes a ajudar".
Ora, se pegassem no que essa gente toda ganha numa semaninha e dessem de boa vontade (porque às vezes não sabem o que fazer ao dinheiro - ó ó ), se calhar compensaria mais do que organizar esses eventos... (sou de Letras e não percebo muito de números mas, como diz a RC, tenho em mim que é isto).

Nunca é demais ajudar mas, se alguém com bastante poder monetário quer ajudar a combater a pobreza/ a promover a educação/ a ajudar um país em crise/ a ajudar populações vítimas de tragédias/ a ajudar na pesquisa de curas para doenças ou tratamento delas (etc.) que o faça não somente com a sua atitude altruísta e boa intenção mas com os meios que tem, com o seu empenho, com o seu contributo monetário; não só para aparecer, porque a sua imagem vende, porque vai ganhar mais fãs, porque os seus cds vão vender mais, porque é uma celebridade! 
Que façam uso disso com a prioridade de ajudar mas que ajudem também na proporção da intenção e responsabilidade sobre essa atitude.

Gosto muito daquelas notícias de pessoas que contribuem com quantias enormes mas que pedem para não ser divulgada a sua identidade. Para mim essa é a ajuda sincera, sem segundas intenções, sem cara, nem nome ... 

Toca-nos a todos e emociona-nos a perda, a desilusão, a fragilidade, a dor que vemos em imagens todos os dias mas, se olharmos bem à nossa volta, há pequeninas coisas que podemos fazer para ajudar e somos anónimos tão  cheios de intenção e empenho como um qualquer milionário. 
(Já agora, se ficaram inspirados (ou nem por isso), passem por  aqui e fiquem a saber como o podem fazer)