Salvem o crocodilo das betas...

Ora bem, estava eu placidamente sentada numa rudimentar cadeira das precárias instalações do ensino superior da minha "pseudo"-faculdade, atenta à professora Alexandra (and so lovin'it!), da cadeira de Semiótica da Imagem - (até agora só vos tou a dar paleio...siga!) - que estava a falar sobre publicidade. 
E, ou não estivesse eu na cidade das betas argoladas e às cores, surgiu de repente a menção àquela mania das betinhas e betinhos cá do sítio, terem a mania de andar com o cabelo de risco ao lado. Mas de maneira tão exagerada que uma pessoa pensa que, se Luís Vaz de Camões vivesse agora em Coimbra, decerto não teria que usar nenhuma pala, o cabelo encobrir-lhe-ia o olho.
 (Agora percebo porque o DelGiorgio me fala em Camões quando lhe digo que tenho semiótica (semi-ótica, got it? isso..!).
Dizia a professora que, por vezes, fica pasmada quando vê as criaturas betificadas, (não utilizando estas palavras, obviamente), a inclinarem ligeiramente a cabeça quando querem atravessar uma passadeira ou olhar para algo que não conseguem ver devido ao amontoado de cabelo, ao bom estilo da Violet dos Incríveis
A conversa continuou e, já que estávamos a falar de publicidade, começámos a falar de marcas...Vai daí que chego a um dos pontos críticos, ou por outras palavras, à expressão maravilhosa que é o motivo deste post, citando a professora Alexandra Leandro.:
"Uma rapariga em Coimbra sem uma mala Lacoste parece que nem consegue respirar direito!"
Pois é, nesta cidade, neste melting-pot de argolas ao "pindurão" (não esquecendo a mescla de todas as cores do arco-íris) há o problema das carteiras Lacoste: que devem fazer um dinheirão à custa da mania adoptada cá no sítio. 
Eu não estaria apavorada se não chegasse ao cúmulo de ver miúdas da idade da minha irmã, 12 anos, de botas de salto de agulha, risco ao lado, calças justinhas e à boca de sino, mil pulseiras, brincos enormes ou argolas enormes e sempre ou prateadas ou de cores vivas e a malinha Lacoste; juro-vos que parecem treinadas desde cedo. Até porque a carteirinha e a "farda" se prolongam pelos anos fora, variando as cores e as marcas. 
(De mencionar que na feira do bairro Norton de Martos é ver as meninas encapuçadas, acompanhadas da progenitora, a fazerem birra por imitações das malinhas Lacoste e dos famosos pólos da Tommy - fica sempre bem a qualquer beta uma sweat Tommy, então rosa-frouxo-pálido, ui!, ou pólo Ralph Lauren (nunca percebi esta marca do homem montado no equídeo, acho as coisas demasiado banais e algumas bem feias para terem tais preços), etc etc...)
É vê-las tropeçarem nos passeios porque o salto da bota, que custou mais de um ordenado mínimo, ficou preso ao passar uma ponte de madeira, é ver as betas prénatal (vulgo pitas) com três livros e um caderno na mão porque usar mochila "é da plebe" e a mala Lacoste não tem espaço para o material escolar. (Só foi comprada para levar o porta-moedas, bijuteria de prevenção, o kit mágico de maquilhagem, a revista bravo, ou a caras/lux(consoante a idade) e às vezes o guia astral). 

Agora digam-me: como é que nesta cidade uma pessoa que é normal e gosta de andar de sapatilhas e t-shirts, calças de ganga e carteira para levar tralha pode ser considerada normal? 
É por essas e por outras que eu digo que isto aqui é muito lindo, mas em algumas coisas... aaai!
Chamem-me de picuinhas com a manhia mas não sou! 
Simplesmente gosto de observar as pessoas e em Coimbra parecem packs de 50 pessoas todas vestidas da mesma maneira numa faixa etária dos 11 aos 25 anos...
Fica-se com aquela sensação do "mas será que sou eu que sou diferente? 
Será que esta gente nunca andou de sapatilhas a jogar à bola, nunca saltou à corda e nunca vestiu uma t-shirt ao contrário por estar com pressa?"
Para terminar vou só dizer que fui ao Jumbo e comprei três pares de meias em promoção com o snoopy, o piu-piu e o tom do tom&jerry e sou feliz! :p

10 comentários:

Rosa Cueca disse...

A Alexandra é uma prof 5* :P
Grande aula por acaso...das poucas que eu consigo aturar :)

Quanto ao resto, minha amiga... sempre ganhamos umas boas risadas diárias com tais figuras que se nos atravessam à frente. (o que contabiliza muitas risadas dado que abunda a espécie por estes lados.)

E as meias são lindas sim :P

Sr. Humberto disse...

n tou em coimbra mas basta passar aqui por uma escola secundária qq, por azar numa hora de saída de aulas e aquilo é pessoal às pazadas cá pra fora, parecem fotocópias ou aqueles filmes mal feitos em q se vê smp as mesmas pessoas a passar atrás. 1 gajo olha p uma, duas, 3... "é pá. eu já vi esta há bocado, n já?".
qto a essas marcas... nunca me hás-de apanhar com "isso"! q medo!!! nem a cavalo nem de burro.
cada vez é + difícil ser-se original (sem se ser ridículo) e o toner é imenso pq as fotocópias n terminam.
o q me faz + espécie são as modinhas. estilo isso das botas afiadas à frente, tiradas duma expo de objectos de tortura medieval. se sairem de moda, já ngm anda com isso pq... parece mal. se andarem 2 milhões na rua com elas, já é fixe.
eu quero lá saber se as minhas etnies e as minhas puma tão fora de moda! (sim, tb ligo a marcas mas às "minhas" marcas. às q gosto por uma razão especial e n pq vejo 2 milhões na rua com roupa igual)
quero lá saber se uma tshirt vermelha comprada na pull pró ano tá fora de moda pq se usa verde.
tudo bem q há q mudar mas principalmente há q evoluir.
e já falei de +! é matá-los a todos, esses betos com cabelos à cão vadio à chuva!!!
só + uma coisa: pior q 1 filho beto, é 1 pai beto. PQP!!! cotas betos é q me partem todo e se n fosse a justiça apitar só p 1 lado, partia-os eu a todos tb!
roda no ar.

Yakin Puteinas disse...

Também existe o xau xau...

"Esta noite quero cantar...dançar e voar..."

Anónimo disse...

apoiada! apoiada! :)

Dra. Laura Alho disse...

Aninha, meu love,

Achei o teu texto deveras interessante. Quando vou a Coimbra sinto a mesmíssima coisa. Aliás, tenho amigas que aderiram a essa "moda" e não querem outra coisa. Não combina comigo. E fico algo contente por essa febre não te ter atingido.
Aqui em Aveiro, começa-se a ver algumas tendências a aparecerem. Mas não estou muito interessada nessa evolução...
Também eu tenho meias do piu-piu! ;p

Beijinho grande *

Murdoc disse...

Não te preocupes - ou então sim, tem medo, tem mesmo muito medo - porque essa febre, moda - o que lhe quiseres chamar - já alastrou para tudo o que é cidade, vila, aldeia ou mesmo terreolazinha!!
Creio mesmo que vieram de outro planeta, para nos tentarem converter à sua seita =/
Mas a mim não me dão a volta. Hei-de ser sempre fiel aos meus ténis gastos, ganga descaida e t-shirt reles ;) Quanto a meias, as da feira servem-me bem :P
Já para não falar de boxers.. sim porque isso muitas vezes ficam na gaveta - incomoda-me transpirar em demasia de certos sitíos!

(bem ficou assim feito a minha estreia em comentários na mesa)

Ana, Dona do Café disse...

Atenção, eu não estou a falar mal de betos...leste alguma coisa mal no post. Eu estou a falar mal de ser uma cidade onde a maioria das pessoas em termos de vestuário é um bocado "maria vai com as outras" (isto se a maria for beta).
Não estou sequer a mencionar personalidades, somente talvez a criticar a falta de originalidade e de gosto próprio, porque não é normal andar tanta gente praticamente igual...
Se fosse uma pessoa ou duas, ou grupos, mas sabes bem que é a maioria do pessoal... isso sim, surpreende-me! é para ser aceite no grupo? é para dar mais nas vistas? (efeito oposto, alguns mal se distinguem)... não compreendo.
Isto também porque tenho várias amigas minhas que vieram para cá estudar e vestiam-se "normalmente", tinham o que eu acho que se chama "gosto próprio"...agora é vê-las todas iguais... (não falando da personalidade, porque isso...deus me livre e guarde, mas isso são outras contas do rosário).
Eu também não estou a atacar ninguém, estou a dar a minha opinião sobre a situação.
eu ao menos visto o que me dá na real gana; se me oferecerem umas argolas e se me apetecer usá-las, uso... se me ficarem bem e se me apetecer porque não?...agora andar igualzinha ao resto da "carneirada"?...follow the leader? (que nem se sabe quem é)
...não me parece...:P
beijo

Unknown disse...

Ana, sempre ouve betos e betas, e sempre tiveram assim umas manias, um bocado estupidificantes, há uma coisa que me espanta, é que dessas manias todoas nunca lhe desse para a mania de ler... pois mas tb é melhor não se não ainda vai tudo ler paulo coelho...e é pior a ementa que o cimento..será assim?

Sr. Humberto disse...

carlos barros, se vês numa qq esplanada, uma beta ou uma tia com 1 livro na mão (p fazer sombra, claro), tem de ser paulo coelho e/ou rebelo pinto. novela em livro vs cultura pop.
é fácil de ler, n ensina nada a ninguém, n faz puxar pela cabeça, toca a ler q a capa do livro até fica bem com as minhas argolas novas.

fuser disse...

espécie não rara esta agora que invade as ruas e nos faz ficar a pensar se existe mais alguma cor para aém do rosa ou azul bébé. Mas ao mesmo nível (a meu ver) está agora o wannabeaplayboy ou wannabeaplaygirl, com o seu óculo da feira a imitar o belo Prada ou Dior, aqueles que se assemelham a uns olhos de abelha... grande parte do tempo perdido no shopping em busca de algo igual à vizinha... podia ser aproveitado de outras formas... onde vai o tempo em que gostavamos de usar tudo diferente uns dos outros... são este pormenores que diferenciam gerações, pois eu, sou de uma geração diferente.