As coisas lá fora...

Estou sentada à janela. Se fechar os meus olhos vejo contornos demasiado translúcidos para os compreender. Lá no fundo sei a quem pertencem, mas não quero ver.
Está sol, as árvores vão-se despindo à medida em que os meus sentimentos se despem também...
Eu olho, mas não vejo, eu sinto, mas não quero, eu permito, mas nego.
Assim as coisas lá fora adormecem no meu espírito, dando lugar a algo que não consigo distinguir se é bom ou mau.
Sorrio.
O dia ainda mostra sinais de sol...

3 comentários:

Wakewinha disse...

Eternos paradoxos... Mas de facto, por mais que estejamos entre o yin e o yang, o sol nunca tem incertezas, e mostra-se sempre que nós precisamos! =)

Anónimo disse...

Gostei... Por vezes senti-me assim mas ja la vão uns aninhos que não paro pa sonhar e pensar na vida. O stress do dia a dia não da pa nada. Por vezes ficava a olhar pela janela a ouvir musica que me inspirava e me recordava uma infância feliz com pessoas que hoje já não estão entre nós... esentia-me bem ao recordar certos momentos em que brincava com outras crianças que também nunca mais vi e recordava os sitios que me marcaram e que ostentavam uma beleza unica que só a natureza nos oferece... recordo risos, alegria, brincadeiras, gritos, cores, sons...e uma lagrima cai-me ao xão...
Obrigado por me teres feito lembrar de tudo isso pois é o que guardo com mais saudade e os momentos que vivi com mais alegria e ao mesmo tempo sinto a tristeza de a eles não poder voltar...

Ass: _Snakebite_

Anónimo disse...

Engraçado...penso que todos, várias vezes na nossa vida nos sentimos assim. Confusão,indecisão,inadaptação...mas quantos é que param um minuto à frente da janela e fecham os olhos? Eu tenho-o feito sempre que posso, porque, mais do que nunca tenho sentido essa necessidade, a de pensar no que quero e o que posso realmente alcançar desses desejos. Também recordo com alguma nostalgia momentos que não voltam e que me fazem falta. Lembro-me das brincadeiras com o meu irmão, do quão nos irritávamos um ao outro e tenho saudades, porque a vida avança e muitas vezes separa-nos do que mais gostamos. Avançamos nós também e procuramos outras formas de fazer o nosso espírito perdurar e manter a sensação de alegria e preenchimento. Quando tinha muitos tempos mortos, procurava ocupá-los de toda e qualquer forma, sem lhes dar o valor que eles têm, que é o de permitir meditar e fechar os olhos, vendo o que mais ninguém vê. Sinto agora a falta que esses momentos fazem e tento aproveitar cada um ao máximo, sendo que (infelizmente) a consciência logo me avisa que há algo para fazer.
Para quem perceber ... a vida é um ...Jogo de Lágrimas! :)

Parabéns Ana pelo teu espaço ... e compra lá o vestido, que de certeza te fica bem!