...you came from the sky...

Eu não sei de nada. Eu nunca sei de nada. Eu nunca sei o que sinto. Eu nunca sei o que quero. Eu encontrei-te. Contigo as minhas gargalhadas soavam ainda mais divertidas e tomavam uma vida diferente e os meus sorrisos eram feitos de mil cores. As tuas palavras tocavam-me cá dentro bem no fundo e eram todas feitas de ti, como se me desses pequenos pedacinhos da tua essência a todo o instante. Recolhia-os e confortavam-me, faziam-me ganhar confiança, faziam-me ter esperança de ter encontrado realmente alguém...assim como tu.

Mas eu nunca sei nada. Eu nunca sei exprimir o que quero, eu nunca sei achar certezas em nada que é óbvio e concreto. Existem sempre mil e uma inseguranças e mais mil e uma questões e situações hipotéticas que fazem as minhas lágrimas tombar e me fazem agarrara uma almofada e ficar sozinha a observar-me do lado de fora.

Gostava de ter certezas, de conseguir traçar caminhos, de ser capaz...Entregaste-me o teu olhar, a tua confiança, o teu abraço, o teu gostar de uma maneira especial e de tão especial que foi, habituei-me a trazer-te no coração como alguém único, capaz de coisas que mais ninguém ousou alguma vez dizer-me ou fazer-me.

E és assim especial e é assim que gosto tanto de ti, que me lembro de ti, que te guardo em mim.Mas eu sei que mais uma vez não consigo, que mais uma vez me assaltam medos quando apago a luz; eu sou assim. E, de tanto ser assim, confundo-me a mim mesma e magouo as pessoas.

Magoei-te. Magoei-te muito. Magoei-te tanto, que não encontro perdões suficientes para acalmar a tua dor, ou para acalmar a minha dor por te ter magoado; tu que não mereces um simples arranhão pela pessoa que és.

Eu pedi-te calma, eu pedi-te tempo... mas eu não posso pedir para esperares por mim quando nem eu mesma sei por onde vou. Seria egoísmo demais da minha parte, seria ofender o que sentes por mim.Será egoísmo pedir para não largares a minha mão apesar de tudo? Será que isso te fará magoar ainda mais? Não te quero magoar mais nenhuma vez, não o posso fazer.

Gastei as palavras entre soluços e lágrimas...Gastei-as por já não saber o que te dizer.Nada consegue exprimir o que sentes neste momento e eu sei que fui a culpada, sei-o agora e custa-me admitir que nunca tenha visto realmente que era.

Um beijo do "tamanho que precisares", de alguém que pede desculpa por te magoar e que de maneira egoísta te pede somente para não a deixares sozinha, porque nós "cruzámo-nos numa mesa de café, olhámo-nos..."...e os contos podem acabar, mas o que encontrei em ti e o que nos fez cruzar, não.

Ana

3 comentários:

Sr. Humberto disse...

Como um arco-íris, as cores aparecem e desaparecem ao ritmo do nosso tempo: quando chove em ti, tento iluminar-te e fazer-te brilhar; quando chove em mim, só o teu ser pinta-me um sorriso nos lábios, mesmo quando nada tenho para sorrir.

Se há vidas passadas e futuras, encontramo-nos nessa mesa de café concerteza numa vida errada.
Só não sei se nos amamos assim tanto no passado para agora sentirmos esta ligação tão apertada no presente ou se esta passagem por cá, é uma preparação para um possível próximo encontro, noutro mundo.

Se as tuas incertezas te assaltam, coloca-te na minha posição e diz-me o que posso eu fazer se nem a tua mão consigo segurar, quando o que preciso é aguentar todo o peso das tuas dores, dúvidas e medos? De ver em mim próprio uma "solução" para os teus momentos em que não sorris.
Detesto a frase "morreria por ti" mas tenho a certeza que viveria para ti.

Nunca conseguimos colocar uma hipótese remota sequer de ficar tudo bem, de haver uma solução. Todos os avanços e recuos só são por ti avaliados em níveis de dor: se me magoas mais ou menos, conforme a situação. Não te capacitas que nestas "coisas", a dor e o orgulho muitas vezes têm de ser esquecidos senão não se consegue vencer.

Já te provei tudo o que te tinha a provar e apesar das dúvidas que sempre tens, duma coisa podes ter a certeza e eu ajudo-te a ver (apesar de não serem minhas estas palavras): há algo dentro de ti que sabe que não gostas o que "devias" para manter uma relação, para me manter a mim sequer, porque quando se gosta sem limites, nem se pensa nisso...

Tentei tudo para te ajudar noutra situação passada. Disseste-me que te ajudei como ninguém. Peço eu desculpa por me ter envolvido tanto ao tentar ajudar-te. Mas também vejo eu agora que não te via a ti com tantas incertezas nessa altura como agor. O teu passado é o meu presente.

Agora,abre a gaiola, deixa-me voar e voltar para o céu de onde eu saí mas... sem mais palavras, sem dizer adeus. Dói de mais...

Adoro-te a voar em qualquer céu mas não faças da chuva, as minhas lágrimas e quando o vento te soprar, estarei algures a ouvir Alex Kid - love we have.....

Jorge

Afrodite disse...

Nunca tinha vindo ao teu blog mas gostei muito!
Vou voltar.
Obrigada pelo link ***

Anónimo disse...

A insegurança ainda reina por essas bandas? Julgava que já te tivesses tornado a esta hora uma pessoa mais segura de si mesma... pena que não seja assim... Enfrenta os teus medos, eles afastar-se-ão de ti, se tu assim quiseres...

"Sorri e a vida sorrirá contigo :)"