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Hoje fechei todas as minhas janelas ao mundo e olhei-me por dentro em silêncio, ouvindo o bater do meu coração absurdamente descoordenado e tentei pensar nas oportunidades em que deitei tudo a perder, por pensar demasiado nos outros e me esquecer que deste lado há também um coração que bate.
Não sou aplaudida pela minha paciência mas sim, pela minha forma de querer sempre compreender tudo, para não deixar ficar uma única interrogação a ecoar na minha cabeça.
Mas o que é a vida senão uma dúvida?
Eu não sei o que vou fazer a seguir, aliás eu só farei o que eu quiser fazer, o que estiver ao meu alcance, ou, no limite, irei até onde a minha ambição e esforço me levarem.
Acredito em coincidências, em momentos perfeitos, acredito no Amor, na Amizade, nos sorrisos, num entrelaçar de mãos, numa gargalhada, numa troca de olhares, numa lágrima a cair, num baixar de olhos...acredito que nada disto prevejo e que a todo o instante acontece sem darmos conta, sem que o tempo pare, sem que nós paremos com ele.
A vida que eu quis nunca pensei que fosse esta...
Nunca pensei estar aqui, ter ao meu lado as pessoas que tenho, estar a fazer o que faço; confesso até que sempre me convenci que nada disto pudesse ser possível, que iria sempre continuar a ser pequena e a não perceber o que se passava à minha volta. A verdade é que tenho medo de perder a criança que há em mim por deixar o tempo passar sem que eu dê conta; de um dia acordar e sentir mesmo falta daquele tempo em que tudo parecia difícil, quando na verdade era tudo tão simples e toda a gente era tratada por "tu" e em troca eu recebia um sorriso.
Tenho medo de não ser capaz de escrever mais, de perder as minhas palavras num sítio qualquer...
Hoje, apeteceu-me dizer-vos tudo isto...não sei porquê.
Não porque me sinto sozinha, porque sei que não estou; mas talvez por me interrogar: será que cresci demasiado depressa? Às vezes acho que foi isso mesmo que aconteceu...
Mas, basta, não vos quero maçar com isto...Vou só agarrar o sol,como faço todos os dias.
beijo

9 comentários:

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

Um desabafo faz sempre bem À alma. beijo

Dra. Laura Alho disse...

Acho que, no fundo, todos nós paramos para pensar sobre isso. É a tal tomada de consciência de que o tempo passa sem que o possamos parar e pior, sem que nos apercebamos das milhares de transformações que acontecem dentro e fora de nós.
Temer e constatar que crescemos demasiado depressa é um mal comum, quase geral.
Preocupa-te em viveres cada dia, e em aplicares-te em tudo o que fazes. Se continuares a ser tu própria, na tua essência, nunca perderás a criança que habita em ti!

Beijinhos grandes, amiga *

Drifter disse...

Não tenhas medo de perder a criança que há em ti, pois isso não acontecerá. Pelo menos, comigo acho que é impossível! Por muitas responsabilidades que tenha actualmente há sempre aqueles momentos em que nos sentimos pequeninos e em que tudo para nós é uma novidade! Adoro esses momentos. Não os vou perder porque não quero!

Alexandra disse...

Compreendo o que dizes, só cabe a nós não deixar a criança em nós morrer mas crescer é inevitável.:)

Sr. Humberto disse...

menina, menina... n tás sozinha, n. nem nada q se pareça.
qto a deixares de ser menina, tb já pensei nisso, há mto tempo e tb já n sou nada miúdo mas há coisas tão boas qdo se tem a nossa independência q ao mm tempo pode vincar a nossa individualidade.
e donde veio essa foto? com esse nome e tudo... sei nao... ;)

"Catch the sun, before it's gone
Here it comes, up in smoke and gone
Catch the sun, it never comes
Cry in the sand, lost in the fire

I never really understood
Why I didn't feel so good
But I miss the way you lie
I've always been up and down
Never wanted to hit the ground
But I miss the way you lie"

doves - catch the sun

Rosa Cueca disse...

Sei bem como é sentir isso...ou não fôssemos silamesas.
Há dias assim, de maior reflexão...de querermos aninhar num abraço apertado e ouvir um "vai ficar tudo bem"...
às vezes há a noção de nunca sermos boas o suficiente ou nunca nos darem o devido valor...Mas as pessoas que gostam de nós, gostam sempre, acredita. Mesmo nos dias mais cinzentos *

Anónimo disse...

eu acredito em momentos

bjo idem =)

Miss I disse...

Há cenas que perdes sempre.. uma dose de ingenuidade quando começas a não confiar em toda a gente ou a ter medo de tentar certas coisas. Mas penso que isso é um processo normal no crescimento.
Só não podemos mesmo é deixar de sorrir com aquelas pequenas coisas: bolas de sabão, arco-íris, fugir das ondas do mar.. acho que está aí a maior parte da criança que não devemos deixar fugir! Além de nos tornar nuns adultos melhores, tornam a nossa nova realidade bem mais fácil de suportar!

Um grande abraço***

Ana, Dona do Café disse...

encontrei isto... resume : "I had a dream my life would be different from this hell I am living, so different from what it seemed. Now life has killed the dream I dreamed."
~Victor Hugo

:) bjs